Wednesday, 10 September 2008

A genial falta de sentido


Era um redondo vocábulo

Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar
Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio
Convocando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincavam e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa

José Afonso

1 comment:

kalikera said...

Nunca tinha olhado para esta canção assim a seco, sem embalo. É obra.